A ideia de haver um
destino que une todos os amores mal resolvidos é romântica demais para mim. E
olhe que em matéria de romantismo eu sou mais doce do que cubo de açúcar. O
destino é uma divindade cruel e absurda, que clama o controle das nossas vidas sem
pedir permissão e invade nossos sentimentos, nos destruindo por dentro. Ainda o
acha romântico?
Coitado do poeta
destinado a nunca encontrar seu grande amor. Coitado dos senhores e senhoras
destinados a se despedir tão cedo de quem tanto se amou. O destino sabe de tudo
e insiste em manter em segredo. O maldito senhor do tempo e dos caminhos
consegue saber o futuro dos amores antes do primeiro suspiro apaixonado, e
brinca de maneira covarde permitindo que as coisas aconteçam exatamente da
forma mais cruel.
Meu destino vem em
forma de mulher. Em forma de uma dama vil e dissimulada que cisma em suspirar
do meu lado, me estender a mão e rir perto da minha boca. Para que tudo isso?
Para me apaixonar. Para que quando meu coração já estiver enegrecido de tanto amor,
pulsando doçura e melancolia exacerbada, que então ele exploda de uma vez por
todas, quando me revelar o que o destino programou.
Destino, o que tens
planejado para mim? Quantas mais vezes irei suspirar em teu nome, gritar
silenciosamente meu amor e chorar nos cantos obscuros da vida? Quando você
pretendia me dizer que me puxou para uma dança destinada? Quando você pretendia
me dizer que já sabia da disposição do meu coração para te amar? Quando?
Quando? Quando?
É uma linha tênue a que
existe entre o amor e o ódio. Brinque com meus sentimentos mais uma vez e verás
o futuro que eu planejei para você. Só lhe deixo um aviso: a dor lhe parecerá
tão doce...

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