domingo, 7 de junho de 2015

Não é um texto de amor

Pode parar por aí! Eu sei muito bem o que se passa na sua mente. “Ui, lá vem o Guilherme, aquele cara que só sabe escrever sobre amor...” Francamente, será que vamos ter que ficar nessas primeiras impressões? Eu podia muito bem falar que tipo de leitor você é, mas você não me vê sendo irritante a esse nível, não é mesmo? Qual o problema de um autor preferir um tema a outro? Vinda a necessidade eu escrevo sobre tudo, mas quando se trata de inspiração, bem... Sim, eu me inspiro com o amor.

Garanto que você pode se surpreender com o que tenho a dizer. Eu tenho muito mais em mim do que só amor. Ok, talvez vinte por cento não seja amor. Quinze? Vai saber... Mas logicamente uma parte de mim fala outra língua. Uma parte de mim pode falar sobre qualquer coisa. Quer falar sobre o clima? Sobre cadeira? Eu falo. Não tenha dúvidas de que posso falar.

Então eu lhe pergunto: que graça tem o clima? Que graça tem a cadeira? Prefiro falar de amor. Cadeiras não me movem, já o amor me conduz. E por mais que minha mente racional deslize os dedos sobre as teclas e redija um texto sobre coisas, meu coração ecoa por assuntos mais apaixonantes.

Tudo bem. Eu posso falar de outra coisa. Você venceu! Vou falar do clima então. Acordei e o dia estava ensolarado, mas tão frio. Que loucura, não? O sol deveria fazer as coisas mais quentes, no entanto o frio me cobria do início ao fim. Talvez não estivesse tão frio se ela estivesse comigo... Me abraçando... Me beijando... Me rodando em seus braços de cetim...

Perdão! Distraí-me por um instante. Não dá muito certo falar de clima, admito. Também, se não fosse um assunto tão chato... Falo da cadeira então.

Coberta pela madeira da mais fina qualidade, erguia-se uma cadeira lustrosa, com detalhes esculpidos pelo melhor escultor. De fato, uma obra de artes. Não haveria no mundo cadeira mais bela e de maior requinte. Era bela era acolchoada. Era tão bela quanto... Ah, quanto meu amor. Francamente, que obra de artes pode se comparar ao sorriso dela e seu olhar. E tão palpável que eu...


Quer saber? Esqueça! Guilherme Moraes ‒ o autor dos amores‒ cambio, desligo.


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