Pode parar por aí! Eu
sei muito bem o que se passa na sua mente. “Ui, lá vem o Guilherme, aquele cara
que só sabe escrever sobre amor...” Francamente, será que vamos ter que ficar
nessas primeiras impressões? Eu podia muito bem falar que tipo de leitor você
é, mas você não me vê sendo irritante a esse nível, não é mesmo? Qual o
problema de um autor preferir um tema a outro? Vinda a necessidade eu escrevo
sobre tudo, mas quando se trata de inspiração, bem... Sim, eu me inspiro com o
amor.
Garanto que você pode
se surpreender com o que tenho a dizer. Eu tenho muito mais em mim do que só
amor. Ok, talvez vinte por cento não seja amor. Quinze? Vai saber... Mas
logicamente uma parte de mim fala outra língua. Uma parte de mim pode falar
sobre qualquer coisa. Quer falar sobre o clima? Sobre cadeira? Eu falo. Não
tenha dúvidas de que posso falar.
Então eu lhe pergunto:
que graça tem o clima? Que graça tem a cadeira? Prefiro falar de amor. Cadeiras
não me movem, já o amor me conduz. E por mais que minha mente racional deslize
os dedos sobre as teclas e redija um texto sobre coisas, meu coração ecoa por
assuntos mais apaixonantes.
Tudo bem. Eu posso
falar de outra coisa. Você venceu! Vou falar do clima então. Acordei e o dia
estava ensolarado, mas tão frio. Que loucura, não? O sol deveria fazer as
coisas mais quentes, no entanto o frio me cobria do início ao fim. Talvez não
estivesse tão frio se ela estivesse comigo... Me abraçando... Me beijando... Me
rodando em seus braços de cetim...
Perdão! Distraí-me por
um instante. Não dá muito certo falar de clima, admito. Também, se não fosse um
assunto tão chato... Falo da cadeira então.
Coberta pela madeira da
mais fina qualidade, erguia-se uma cadeira lustrosa, com detalhes esculpidos
pelo melhor escultor. De fato, uma obra de artes. Não haveria no mundo cadeira
mais bela e de maior requinte. Era bela era acolchoada. Era tão bela quanto...
Ah, quanto meu amor. Francamente, que obra de artes pode se comparar ao sorriso
dela e seu olhar. E tão palpável que eu...
Quer saber? Esqueça!
Guilherme Moraes ‒ o autor dos amores‒ cambio, desligo.

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