Enfiei minhas mãos mais fundo nos bolsos do casaco, sentindo
o vento soprar mais forte. O chão estava molhado; havia chovido poucas horas
antes. O céu permanecia nublado.
Eu olhava em volta desesperada, à procura de alguém, à
procura de algo que não sabia o que era. Tudo parecia fora de foco e
desconhecido para mim. Nada ali me era familiar, nada ali me deixava à vontade.
Eu me sentia como em um labirinto, e a saída não estava à
vista.
Andei até meus pés criarem bolhas, e meus joelhos começarem
a ceder. Andei até as nuvens se tornarem mais escuras e densas. Andei até que
as nuvens não aguentassem seu próprio peso, e começassem a se desfazer em forma
de chuva. Não parei de me mexer nem quando meu corpo começou a tremer de frio.
Eu estava perdida, eu não tinha ninguém.
Eu ainda estava presa no labirinto, e você não estava à
vista.

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