Fui
convidado para escrever um texto para essa coluna, e como fiquei muito ansioso
com a ideia, passei semanas tentando montar uma linha de raciocínio para seguir
com essas palavras. Como ideias mudam e perdem o interesse, montar um script de
assuntos passou longe da área do possível. Depois de muito tentar e em nada
pensar, minha mente foi levada para mais um mundo de devaneios. Voltei de lá
com um assunto em mãos, e passei alguns dias remoendo e analisando ele, para
finalmente trazer para vocês. Por favor, não se esqueçam de comentar com as
suas opiniões, minha intenção aqui é trazer um bom assunto para se conversar.
Sem mais enrolar, aqui vai o produto do que me custou algumas noites de sono.
Rotular
alguém seria o mesmo que reduzir essa pessoa apenas aos títulos que você deu
para ela. Receber um rótulo é ser limitado às características as quais nos
foram atribuídas. Ser posto dentro de uma classificação é ser dado como
previsível e analisável, e o ser humano passa longe de qualquer previsão. Mas é
quase que impossível resistir. Sentimos essa necessidade de categorizar e
colocar nomes em tudo o que vemos.
Escolhemos
aqueles que são “de bom coração”, sem ao menos sabermos de suas ações.
Decidimos se uma pessoa é inconveniente apenas pelas primeiras impressões.
Somos os juízes sociais. Apenas pelas nossas palavras, uma pessoa passa a ser
fria sem ao menos ter a intenção. Julgamos quem é amigável ou apático só por
nossas concepções de “socialização”.
Mas o que
definiria os graus de “frieza” de alguém? Seres humanos são extremamente
incompreensíveis, alguém que hoje está sorrindo pode estar atirando em um caixa
de supermercado amanhã. Aquele que sofreu por amores na última festa, na
próxima pode estar fazendo outros sofrerem.
Vivemos em
nossa inocência, tirando a inocência dos outros. Muitos perdem o direito de
resposta, e perdem também a identidade. Eu sofri com isso por muito tempo, meus
anos no ensino fundamental foram lentos e desgostosos justamente por causa
desse julgamento por aqueles que não devem ter poder. Tudo o que eu desejava
era uma vida sem rótulos, sem nenhum nome além do meu. Isso teria feito com que
vários dos meus problemas nem passassem pela minha cabeça. Claro que não me
arrependo de nada, foi uma infância assim que me fez, e me orgulho disso. Mas
sei que muitos podem ser salvos disso ainda.
Tirem então
seus rótulos. Arranquemos com todas as forças todas as etiquetas que pendem de
nossos pescoços. Ninguém tem o direito de decidir quem somos! Nem nós temos!
Chega de etiquetas. Desista de reverter os conceitos que lhe foram atribuídos e
faça com que eles não existam mais. Aquele que aceita o rótulo é você.

Perfeuito meu neto! Adorei seu texto, e
ResponderExcluir, que venham outros!
Bem produzido. Gostei do tema e como vooe induziu. É um ponto realmente interessante na sociedade, mas bem difícil de tirar :/
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