Tem momentos em quero que o fogo consuma minha alma em suas
chamas. Ou que o gelo congele os momentos que vivi, as histórias que
presenciei. Ou então que a terra engula a minha dor, e acabe com a agonia da
incerteza de uma vida.
Tem momentos, em que não consigo parar de pensar em que
talvez a morte não seja um desastre, porque depois de uma vida inteira de
aprendizado e cansaço, a morte seja talvez um alívio remetido a alma, um alívio
após tantos confrontos e medos – porque depois de tanta alegria, de tanto
esforço, não é possível que a morte seja algo ruim.
Mas a morte só não é ruim para aqueles que estão prontos
para ela. Para aqueles que caminham de braços abertos em sua direção, e a
envolvem para que absorva o seu ser, o levando embora.
Não gosto quando meus olhos ardem e sinalizam que lágrimas
estão por vir. Ou quando a sensação ruim que sobe por minha coluna e se instala
em minha garganta, toma conta de mim. E tem momentos, em que não consigo
acreditar que, no final, todos esses momentos agonizantes façam parte de algo
que realmente valha a pena. No entanto, no fundo, ainda posso sentir a
esperança, que o medo espreita. Olhando assim parece até que ainda falta
tanto...
Mas passa tão rápido.
O medo me confunde, me desestabiliza. Ele diz que eu não vou
conseguir fazer com que valha a pena. A esperança o dilacera, o ameaça, diz
que, no fim, tudo vai dar certo.
Acabo ficando pelo meio do caminho para os dois. Não
machuca, não dói.
Mas também não faz valer a pena.

Tava demorando pra essa coluna vertebral aí se desdobrar hahaha, gostei do tom do texto e teve uma conclusão inesperada por mim, me agradou bastante, continue assim! - As duas
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