Autxr convidadx: Rai
O
sino toca novamente, mais uma tarde ao seu fim
A
noite, não mais acolhedora, agora me engole de forma hostil
O
café esfria, os ponteiros do relógio continuam a bater
Dez
horas da noite, mas parece que são duas da manhã
O
silêncio preenchido pela dor, ninguém em casa,
O
ventilador girando, a geladeira gelando
Vagando
pelo apartamento tento me distrair,
Encontrar
algo para fazer, porém nada me chama a atenção
Nem
a música que antes era meu único consolo e fuga
Nem
os livros que me levavam para outra dimensão
Não
importa o que eu faça ou deixe de fazer,
Minha
mente não permite que eu pare de pensar nela
É
doentio, assustador e ao mesmo tempo prazeroso
Vê-la
na minha frente, tocá-la, beijá-la
A
crueldade da imaginação: remoer o passado, planejar o utópico,
Tentar
curar-se com momentos que não acontecerão
É
um vício, e como a maioria dos viciados, encontro-me perdido
Amanhã
será o mesmo,
O
sino tocará e a hora do relógio não coincidirá com minha percepção de tempo
Serei
ainda um perturbado, vagando pelo apartamento
Tentando
encontrar uma saída naquilo que me faz mal
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